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PINTURA CORPORAL PARA ENSINAR ANATOMIA


Um tipo aula um pouco diferente vem sendo dada em algumas universidades brasileiras. Confira nessa reportagem feita pelo G1:



Divididos em grupos, alunos de primeiro e segundo semestres de fisioterapia pesquisam as respostas para questões de anatomia lançadas pelo professor. Bonecos para o estudo do corpo humano estão distribuídos na sala, assim como um armário repleto de materiais para a disciplina. A principal atração, no entanto, está na pintura de músculos, ossos e cartilagem feita por uma artista nas costas de um modelo. Os estudantes não aprendem em cadáveres, mas sim com pessoas vivas. O bodypainting (pintura corporal) é utilizado dentro da metodologia de ensino na área da saúde na UniRitter, em Porto Alegre.

As aulas com pintura corporal são agendadas. Tanto a artista como o modelo são contratados e recebem pela participação.

“Com todo respeito ao cadáver, não se vê diferenciação de músculo, cartilagem, escápula. No ser vivo, sim”, justifica o professor Fabrício Duarte, que só vê vantagens na técnica utilizada.




Conforme Fabrício, que é de Minas Gerais e vive em solo gaúcho há 10 anos, a pintura corporal começou a ser usada nos Estados Unidos. No Brasil, a pioneira foi a Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.

Segundo ele, as aulas práticas com pessoas vivas, além de atrair maior atenção dos alunos, trabalham a conduta e o respeito no grupo. “O respeito muda, a aula cria essas situações”, diz. “Isso é validado cientificamente. Temos que buscar conduta ética. A técnica se constrói com a formação, mas ética vem de berço", completa Fabrício, que afirma não ser contrário ao uso de cadáveres, apesar da opção por não trabalhar com corpos em aula.

A aula acompanhada pelo G1 contou com a participação do modelo Matheus Vieira, de 19 anos, que teve as costas pintadas pela artista Amanda Loss, de 23, que estuda design na UniRitter. Mas mulheres também participam. Conforme o professor, nestes casos os seios são tapados, assim como qualquer outro fator que possa desviar a atenção, como piercings e tatuagens.

De pé durante mais de uma hora, de costas para os alunos e cumprindo orientações do professor com movimentos durante as explicações da disciplina, Matheus garante que se sentiu confortável. Foi o primeiro convite que o modelo, que dá aulas de jogos digitais, recebeu. “Achei a metodologia muito interessante, dá até para aprender um pouco”, comenta.

Amanda Loss começou a pintar corpos nas aulas da Fadergs, e em seguida foi chamada para participar na UniRitter. “Meu professor de desenho que me indicou. Ainda estou aprendendo, mas a gente pensa que é mais complicado, e não é”, diz. “Sempre fui muito interessada nessa área, então é bom juntar o desenho com algo importante para o ensino”.

Estudante do primeiro semestre, Davi Barbosa Prates, 33 anos, morador de Canoas, assistiu à aula pela primeira vez e aprovou. “Fiquei sabendo da metodologia quando entrei (na universidade). Acho bom, é possível ter a noção do movimento. É bem mais didático, o cadáver não mexe”, compara.

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